Mike Geraghty
Uma perspectiva global da contínua investigação sobre o carmim
Uma perspectiva global da contínua investigação sobre o carmim
De acordo com a Pesquisa Global sobre Saúde e Ingredientes da Nielsen, realizada no primeiro trimestre de 2016, os consumidores afirmam que procuram evitar estes três ingredientes principais:
Sabores artificiais (62%)
Conservantes artificiais (62%)
Corantes artificiais (61%)
Estes três superaram outros ingredientes “impopulares”, como açúcar, sódio, glúten e gorduras saturadas, sugerindo uma mentalidade global mais focada na eliminação de ingredientes sintéticos do que outras questões nutricionais. Quanto aos corantes, considero interessante que as regiões de mercados emergentes, como a Ásia-Pacífico e Oriente Médio e África (MEA), estejam mais preocupadas com os corantes artificiais do que a Europa ou a América do Norte. Muita atenção foi dada aos principais anúncios sobre corantes naturais provenientes das grandes marcas de alimentos embalados nos EUA, mas esta é verdadeiramente uma mudança global.
Perspectivas em mudança sobre o carmim
No contexto da demanda mais global por corantes de fontes naturais, um dos corantes naturais mais estáveis e de melhor desempenho está sendo submetido a uma investigação crescente. Estou me referindo certamente ao carmim de cochonilha.
O carmim foi uma escolha popular para o corante vermelho natural na Europa por muito tempo. Ele é uma alternativa muito eficaz aos corantes sintéticos. Recentemente, o corante passou a enfrentar uma visão mais crítica. Devido a possíveis mudanças na legislação e às demandas dos consumidores, um maior número de fabricantes de alimentos está buscando alternativas sem carmim. No mercado europeu, o vegetarianismo também está crescendo. Além disso, a demanda pela certificação Halal está em alta, e há um segmento de consumidores que enxerga com uma certa repulsa a ideia de usar insetos como uma fonte de corantes alimentícios. Juntas, essas tendências limitaram o apelo do carmim. Igualmente preocupante é a apreensão sobre o teor de alumínio no carmim laca e restrições regulatórias da UE.
“Com possíveis mudanças na legislação e demanda dos consumidores, fabricantes de alimentos buscam opções sem carmim.” @SensientColorBR
Carmim em outras partes do mundo
Insetos Cochonilha em cactos
Na América do Norte, muitos fabricantes de alimentos evitam usar o carmim por diferentes motivos. Em janeiro de 2011, a FDA dos EUA começou a exigir que todos os alimentos e bebidas indicassem especificamente a presença do carmim em seus rótulos em função de algumas preocupações de alérgenos isolados. Além disso, o corante geralmente não cumpre as exigências Kosher. No entanto, mais do que qualquer um desses dois motivos, estava um mal-estar geral com a origem do corante vermelho brilhante. Em se tratando de corantes naturais, os consumidores dos EUA preferem que a fonte seja de origem vegetal.
Considerando a indicação da população geral dos EUA ao refletir sobre a sua vida há 10 anos, o item a seguir é relativamente/muito importante no que tange a como ela toma suas decisões sobre alimentos e bebidas:
Fonte: NMI H&W Sensient Survey 2017
Importância dos corantes alimentícios de origem vegetal:
Em muitas partes da Ásia, o carmim é um corante longe do ideal em função da demanda crescente por produtos alimentares embalados com a certificação Halal. Considerando a população e o crescimento em países como a Indonésia, isso não é algo surpreendente e deve se tornar uma norma global. Da mesma forma, em muitas partes do mundo, especificamente na Europa, América do Norte e certas partes da Ásia, a tendência é a preferência por produtos alimentares de origem vegetal ou vegetarianos. Todos esses fatores afetam o apelo do carmim no futuro.
Finalmente, o carmim tem sido historicamente um corante natural com a maior volatilidade de preços. A colheita da cochonilha pode ser muito afetada pelo clima e outras questões, e existem apenas algumas regiões de cultivo mundialmente. Embora o carmim seja uma das fontes de corantes naturais mais eficientes, a volatilidade dos preços ainda pode ser uma grande fonte de frustração para os fabricantes em se tratando da previsão e orçamento.
Olhando para o futuro
Apesar de suas desvantagens, o carmim atualmente ainda é um corante alimentar natural amplamente utilizado. Ele apresenta uma forte estabilidade ao calor e à luz e tende a resistir melhor à migração de cor que as alternativas comuns. No entanto, considerando os avanços em curso na purificação e extração, juntamente com o desenvolvimento de fontes inovadoras, suspeito que veremos um afastamento do carmim de cochonilha como fontes de corantes alimentares ao longo do tempo.
Na Sensient, estamos trabalhando ativamente em opções de corantes alimentares naturais capazes de substituir o carmim efetivamente, em níveis competitivos de custo de utilização. Na verdade, começamos a jornada há cerca de dois anos com soluções para sorvetes e novidades congeladas no mercado europeu. Mais recentemente, lançamos o nosso corante natural inovador resistente ao calor, o SupraRed™. Você também pode esperar mais corantes vermelhos naturais em um futuro muito próximo.