Gerson Leme
Os Corantes Naturais Podem Ajudar nas Vendas de Cereais?
Segundo o CEO da General Mills, Ken Powell, “quase metade dos lares dos EUA está tentando evitar cores e sabores artificiais”. Parece que esse foi um incentivo importante por trás do anúncio, no mês passado, de que a carteira de cereais Big G da General Mills passará a usar apenas corantes naturais a partir de 2017. E a Kellogg’s anunciou planos semelhantes na semana passada. Não posso dizer que isso é uma surpresa.
Como a maioria das grandes empresas no ramo alimentício, a General Mills e a Kellogg’s vêm enfrentando resistência nos últimos anos, com o aumento da descrença dos consumidores com as grandes empresas alimentícias, e uma nova geração de mães que acreditam que ingredientes mais simples são, simplesmente, melhores.
80% das mães da geração milênio se preocupam com corantes alimentícios artificiais
Será que a mudança para sabores e corantes naturais ajudará a recuperar o crescimento no corredor dos cereais?
É difícil responder com 100% de certeza, mas vamos analisar a situação. Segundo dados da IRI, a categoria de cereais matinais caiu cerca de 2,5% nos últimos 12 meses.
O analista sênior do setor alimentício da Euromonitor, Jared Koerten, comentou que uma simples reformulação de ingredientes não chegou à raiz do problema do declínio dos cereais. Ele acredita que a razão esteja na concorrência de opções mais convenientes e práticas de café da manhã, como barras de cereais ou iogurtes. Segundo Mintel, com base em uma pesquisa da agência realizada em junho de 2014, são três os principais motivos que levam os consumidores a comer menos cereais:
- Eles estão comendo outros itens com mais proteína no café da manhã (33%)
- Eles sentem que os cereais têm muito açúcar (24%)
- Estão comendo itens com mais fibras no café da manhã (23%)
Historicamente, os cereais desfrutaram de uma série de benefícios para a saúde que parece ter perdido o brilho. No entanto, enquanto a venda de cereais matinais caiu nos canais tradicionais de varejo, como supermercados, Mintel aponta que as vendas desse tipo de produto cresceram 20% no canal natural.
Parece, de fato, que o interesse em cereais a) naturais, b) orgânicos, c) sem glúten e d) não geneticamente modificados está bastante forte. Os fabricantes, incluindo a General Mills e a Kellogg’s, estão inovando cada vez mais para se alinharem à nova visão de bem-estar dos consumidores no ramo dos cereais.
A General Mills já registrou um sucesso com a granola rica em proteína Nature Valley, e também com a
expansão das opções de cereais sem glúten. Enquanto isso, recentemente a Kellogg’s apresentou uma nova linha de produtos chamada Kellogg’s Origins, uma gama de cereais, granolas e mueslis feitos com ingredientes simples.
Na Sensient, a nossa visão é de que a mudança para ‘cores de frutas naturais e fontes vegetais’ pode, de fato, oferecer um estímulo maior para a categoria de forma geral, porém, se vier acompanhada por um esforço publicitário convincente.
Talvez o mais importante seja que a General Mills e a Kellogg’s estão posicionando suas marcas de cereais de uma forma que trará uma conexão maior com as mães da nova geração Milênio. Embora Powell afirme que metade dos lares norte-americanos esteja procurando cores e sabores naturais, a nossa pesquisa na Sensient indica que o principal segmento das mães do Milênio tem uma preocupação muito maior com o uso de corantes artificiais. Oitenta por cento expressam preocupação com corantes sintéticos.
O que mais devemos esperar no futuro?
- 1. Reformulação de marcas exclusivas para corantes naturais nos cereais no próximo ano
- 2. Maior atividade de outras marcas quanto aos corantes naturais em outras categorias
- 3. Aumento da atividade publicitária de marcas que usam corantes de fontes naturais
É um momento interessante e desafiador para o setor de Corantes Alimentícios. Na Sensient, passamos
muitos anos trabalhando em soluções para permitir que os fabricantes pudessem encantar seus consumidores
com as cores vivas e atraentes que esperam. Para saber mais sobre os desafios e soluções no setor de cereais, recomendo a leitura do blog de Karen Brimmer.